terça-feira, 19 de junho de 2012

E POR FALAR EM COERÊNCIA...


Amigos, companheiros, leitores ocasionais. Estou "ficando louco" de tanto trabalhar, e olha que estamos apenas nos preparativos para a campanha eleitoral. Muito mais trabalho se avizinha... Por conta disso, dei uma "sumida" do Face, mas tenho sido informado dos acontecimentos por minha esposa,Luciana Falcirolli Albiero.

E, pelo que ela me conta, tenho me fartado de rir com as críticas ao apoio que o PP, por intermédio de seu principal líder, o ex-governador Paulo Maluf, anunciou em favor da candidatura de Fernando Haddad, do PT, a prefeito de São Paulo.

E tenho me fartado de rir por constatar o quanto a velha elite - parte dela; não vou mais cometer o pecado da generalização - é "coerente" na vanguarda dessas críticas ao acordo. Até outro dia, essa gente votava - grande parte dela, pelo menos - em Paulo Maluf, com a mesma cegueira com que ainda hoje odeia Lula.

Agora, que o "brimo" capitulou ao modo petista de governar, que veio ao encontro do PT para, mais que anunciar apoio ao candidato petista, demonstrar reconhecimento aos acertos das políticas públicas adotadas pelos governos de Lula e de Dilma, essa mesma elite dá-lhe as costas. Sim, porque é disso que se trata: o gesto do velho cacique paulista tem esse sentido, de reconhecer que o Brasil deu certo sob o governo do PT e que é possível repetir esse sucesso também em São Paulo. E esse reconhecimento não cai bem à soberba da Casa Grande.

Já Erundina está certa. Não se sentiu confortável, repeliu o apoio malufista, desistiu da candidatura a vice. Mas foi enfática ao informar que mantém "apreço" a Haddad, que continua na sua campanha e pronta para executar as tarefas "que o PT" lhe confiar. Ótimo. De novo, digna do meu aplauso.

Também não tenho como "defender" essa estranha aliança entre PT e Paulo Maluf; é algo intragável para um petista como eu. Mas é preciso reconhecer que a aliança não se restringe à figura do ex-governador, tampouco ao eleitorado que ainda se mantém fiel a ele, mas alcança um partido importante, que ainda tem peso no cenário político, sobretudo entre os conservadores - parte da elite a que me refiro -, com os quais os petistas têm dificuldade de dialogar.

De mais a mais, Lula não foi à casa de Paulo Maluf pedir apoio. Foi receber. O hoje deputado federal, de triste memória por suas desastrosas passagens pelo governo do Estado e pela prefeitura de São Paulo, foi quem se dispôs a apoiar a candidatura de Haddad. E apoio, definitivamente, não se dispensa, a menos que não se queira vencer uma eleição.




O episódio é apenas uma turbulência passageira durante um voo longo e decisivo para o PT. Será absorvido e diluído no tempo, como já foi quando o mesmo Paulo Maluf e seu partido, embora de maneira mais discreta, apoiaram a reeleição de Marta Suplicy para prefeita de São Paulo. Como foram os apoios de Collor, Sarney e outros a Lula e Dilma.

Enfim, isso tudo passa, sem deixar qualquer sequela significativa. O graúdo do eleitorado está alheio a essas questiúnculas políticas e a esses pruridos ideológicos. O que importa mesmo é que o voo chegue ao destino, e na mais absoluta segurança.


Eu precisava dar esse alozinho. Agora, volto ao trabalho que tenho muito que fazer. Abraços a todos.




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