terça-feira, 17 de outubro de 2006

Café com Veneno n° 002

Luz na escuridão

Começam a vir à tona os fatos até agora obscuros que envolveram a prisão dos compradores de dossiê e a divulgação da foto do dinheiro. O jornalista Raimundo Rodrigues Pereira, da revista
Carta Capital, lança um imenso facho de luz sobre essa história, até agora mal contada. Na mira dos holofotes está o delegado Edmílson Bruno, que certamente ainda tem muita história para contar. Vale a pena conferir.

Ouça o diálogo

O site
Conversa Afiada, de Paulo Henrique Amorim, reproduz o diálogo mantido entre o delegado Edmílson Bruno e jornalistas, no momento em que ele, violando segredo de justiça, faz a estes a entrega do CD contendo as fotos. Observe como ele “dirige” a edição da foto e da própria notícia, insistindo em que ela deveria ser divulgada no mesmo dia, e no Jornal Nacional. Ouça aqui.

E a cordilheira?

A campanha de Alckmin insiste em mostrar a foto da "montanha" de dinheiro que seria usada para comprar o dossiê. A de Lula poderia replicar essa mesma foto em centenas de vezes, formando uma cordilheira, e perguntar: "onde foi parar o dinheiro das privatizações?" E insistir, ao som de conhecido fundo musical: "onde está o dinheiro?" "Onde está o dinheiro?"

Alavancando

Cada vez que Alckmin surge no noticiário ou no seu próprio horário político dizendo que não vai acabar com o Bolsa-Família e que, ao contrário, pretende ampliar o programa, ele dá seu testemunho do sucesso da iniciativa do governo Lula. Com isso, dá folga para que o petista trate de outras conquistas de seu primeiro mandato, como o biodiesel e o H-bio.
Não por acaso, subiu para 20% dos votos válidos sua vantagem sobre o tucano, segundo pesquisa de intenção de votos do Datafolha encomendada pela Folha e divulgada hoje pelo Jornal Nacional. Confira.

Aborto

O jornal Folha de S. Paulo questionou os presidenciáveis sobre aborto e união civil entre pessoas do mesmo sexo. À primeira questão, Lula respondeu com firmeza: “Sou contra o aborto, minha mulher, Marisa, é contra o aborto, e tenho certeza de que a maioria das mulheres do mundo é contra o aborto”. Já Alckmin respondeu que é apenas contra a “legalização do aborto”.

União civil

Enquanto Lula se posicionou “radicalmente contra qualquer forma de discriminação, seja religiosa, racial ou sexual”, lembrando que seu governo trabalhou intensamente em políticas afirmativas de respeito à diversidade sexual, Alckmin de novo foi formal. Declarou-se favorável ao “contrato de união civil de homossexuais”, argumentando que “quando as pessoas vivem juntas, esse contrato é importante para garantir direitos do companheiro ou da companheira”. Clique aqui para conferir.



Esqueçam o que falei

Fernando Henrique Cardoso voltou à cena. Deu entrevista à rádio CBN pela manhã e, à tarde, negou que tivesse dito que não é contrário à privatização da Petrobras. "Foi apenas um cacoete de linguagem", explicou-se. É, pelo jeito, privatização já não é apenas uma linha política dos tucanos. Já é cacoete, mesmo.

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