domingo, 15 de outubro de 2006

Eleitor indignado

Foi rápido demais. O debate da TV Bandeirantes serviu para confirmar aquilo que este blogue já houvera antecipado: que no segundo turno cairia a máscara de santo do candidato Geraldo Alckmin. Só não imaginei que a confirmação ocorresse tão depressa, antes mesmo do reinício do horário eleitoral gratuito, logo no primeiro confronto direto entre ambos.

A agressividade de Alckmin revelou sua profunda falta de respeito ao outro, contrastando com sua aparência de menininho puxa-saco de professor que se senta na primeira carteira da classe.

O desrespeito de Alckmin a Lula foi tão patente que aquele não tratou este por “presidente” nenhuma vez. Zero! Em contrapartida, Lula, que o preconceito de muitos leva-os a ver como “ignorante”, “bronco”, o “sapo barbudo”, dirigiu-se a Alckmin chamando-o de “governador” exatas 44 (quarenta e quatro!) vezes. Lula, o despreparado, o indigno de representar o Brasil junto à comunidade internacional, chegou ao cúmulo de tratar o oponente por “Vossa Excelência” em duas ocasiões. A “retribuição” de Alckmin, o príncipe, o perfumadinho de cabelos (!?) alinhados, veio na forma de “Lula”, “candidato”, “mentiroso” e “você”. Os dados foram levantados e divulgados pelo jornal “Folha de São Paulo”.

Na segunda-feira, ainda embriagado pela idéia de ter sido sua a vitória no debate, Alckmin negava ter sido agressivo e dizia que apenas houvera “expressado a indignação do povo”. No outro dia, porém, o resultado da primeira pesquisa Datafolha já revelava quem de fato houvera expressado a indignação contra quem. De lá para cá, diferentes pesquisas vêm mostrando que ele perdeu e continua perdendo votos, enquanto Lula ganha 1% de votos por dia, em relação à totalidade de votos. É o eleitor expressando sua indignação à agressividade e à falta de propostas do tucano.

Considerados os votos válidos, a maior diferença a favor de Lula está em 14% (Ibope). Significa mais de 14 milhões de votos. Daqui até o dia da eleição, para não ser reeleito teria de perder cerca de 500 mil votos por dia, isso se cem por cento desses eleitores migrassem para o adversário tucano.

A ordem entre os companheiros, no entanto, é não baixar a guarda. Ocupar as ruas, mobilizar organizações sociais, articular na família, no trabalho, na igreja, no clube, na internet. Só têm direito a férias, a quinze dias num spa ou confinados num pesqueiro, os assessores mais próximos de Lula...

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